Enquanto o evangelho
do domingo da ressurreição é sempre o mesmo – Jo 20,1-9 –, o da Vigília Pascal
muda de acordo com o ciclo litúrgico vigente. A cada ano, a liturgia propõe a
leitura de um dos relatos da ressurreição de Jesus a partir de um dos
evangelhos sinóticos (Mt – Mc – Lc). Neste ano, por ocasião do ciclo A, temos a
oportunidade de ler o relato de Mateus – Mt 28,1-10. Na verdade, mais do que
relatos da ressurreição, os evangelhos trazem cenas que retratam a experiência
das mulheres diante do sepulcro vazio na madrugada ou início da manhã do Domingo
de Páscoa. A ressurreição em si, apesar de ser o evento fundante da fé cristã,
não chega a ser narrada e nem descrita por nenhum dos evangelhos. De fato,
nenhum evangelista conta como Jesus ressuscitou e deixou o sepulcro, nem o
momento em que isso aconteceu. O que todos os evangelhos contam são indícios,
anúncios da ressurreição e experiências de encontro com a pessoa do
ressuscitado. Nesse sentido, o Evangelho de Mateus se sobressai sobre os
demais, pois contém a narrativa que mais se aproxima de um relato de
ressurreição, propriamente dito, pois é o que apresenta os indícios mais
fortes, como veremos a seguir, em comparação com os outros evangelhos.
O relato lido hoje, obviamente,
possui versão paralela nos outros dois sinóticos (Mc 16,1-8; Lc 24,1-8), e é
por isso que se pode fazer comparações com eles. Possui certo paralelismo
também com o relato de João (Jo 20,1-9), embora com menos pontos em comum. Os
relatos parciais de ressurreição – em todos os evangelhos – fazem parte da
seção narrativa que deu origem aos próprios evangelhos: as narrativas da
paixão, morte e ressurreição de Jesus. Foi a partir destas narrativas que os
evangelhos ganharam corpo como livros. Isso indica a importância que tais
textos tiveram para as comunidades do cristianismo nascente. Se trata,
portanto, de textos fundantes. Posteriormente, cada evangelista, de acordo com
as necessidades catequéticas e teológicas de suas respectivas comunidades, e
suas próprias habilidades literárias, desenvolveram a história de Jesus,
partindo de fontes orais e escritas, anteriores a eles. Mateus e Lucas, por
exemplo, conseguiram reconstruir essa história da ressurreição até o
nascimento. Porém, a pregação inicial se fundava no anúncio de que Jesus
Cristo, o Messias e Filho de Deus, foi morto na cruz e ressuscitou. Por isso, a
escrita dos evangelhos começou pelo final, ou seja, pelos relatos da paixão,
morte e ressurreição de Jesus.
Iniciamos nosso olhar para o
texto partindo do primeiro versículo, e nele já encontramos importantes
particularidades do evangelista Mateus. Eis o início do texto: «Depois do sábado, ao amanhecer do primeiro dia da semana, Maria Madalena e
a outra Maria foram ver o sepulcro» (v. 1). Em
todos os evangelhos, se diz que algumas mulheres se dirigiram ao sepulcro
depois do sábado, logo ao amanhecer do primeiro dia da semana, que é o domingo.
Ora, o sábado fora o último dia da antiga criação, e aqui o evangelista indica
que há uma nova criação em curso. Neste primeiro dia da semana, um novo mundo e
um novo tempo estão surgindo. É o começo de uma nova história. Na antiga
criação, a obra de Deus no primeiro dia foi a luz (Gn 1,3-5). Na nova criação,
continua sendo a luz, mas é a luz da ressurreição do seu Filho, é a vida plena,
e as primeiras pessoas a contemplar essa luz nova foram as mulheres. Elas viram
a vitória da luz sobre as trevas, logo ao «amanhecer do primeiro dia da semana».
É nítido o contraste entre a atitude delas e a dos discípulos homens, que
fugiram com medo, durante a paixão, logo após a prisão de Jesus (Mt 26,56). Portanto,
as mulheres, também discípulas, que perseveraram e resistiram corajosamente ao
drama da cruz, vêem o romper das trevas, e não de modo passivo, mas com ativo
protagonismo na história nascente. O evangelista cita apenas duas, mas como
representantes de todas as discípulas e de todas as mulheres de todos os
tempos.
A primeira diferença significativa entre o relato de
Mateus e o dos outros evangelistas neste episódio é a finalidade da ida das
mulheres ao sepulcro. Enquanto nos outros evangelhos se diz que elas foram para
ungir o corpo de Jesus, levando perfumes e aromas, no Evangelho Mateus se diz
que elas foram ver o sepulcro. É um dado muito significativo, pois expressa
mais afeto e atenção, e não o mero cumprimento de um preceito, como era típico
dos judeus ungir os cadáveres. As mulheres não foram executar uma tarefa,
simplesmente. Foram ver, contemplar, como já tinham feito no momento do
sepultamento, e Mateus disse que elas se sentaram, defronte ao sepulcro,
assistindo Jesus ser sepultado (Mt 27,61). Isso indica o afeto que elas tinham
por Jesus; gostavam de estar perto dele, certamente, porque nunca tinham sido
tão acolhidas, compreendidas e amadas por alguém como foram por ele. Sem
dúvidas, elas estavam com saudades dele, foram ver a tomba, chorar, refletir e repensar
a vida após aqueles acontecimentos. Por sinal, o verbo empregado pelo
evangelista indica mais do que ver, significa contemplação, um olhar reflexivo
(verbo grego θεωρέω – theorêo); desse
verbo deriva a palavra teoria, que significa literalmente a exposição
sistemática de um argumento a partir da observação. Primeiro se observa, depois
se fala a respeito. No caso da ressurreição de Jesus, primeiro se faz
experiência com ele, depois se anuncia, como vai mostrar a sequência do texto.
No versículo seguinte,
percebemos mais particularidades relevantes do relato de Mateus, que ressaltam
ainda mais a importância das mulheres e seu respectivo testemunho: «De
repente, houve um grande tremor de terra: o anjo do Senhor desceu do céu e,
aproximando-se, retirou a pedra e sentou-se nela» (v. 2). Mateus foi o
único evangelista que falou de um terremoto na hora da morte de Jesus, e agora
no relato da ressurreição ele fala de um novo terremoto. Na linguagem apocalíptica
empregada pelo evangelista, o terremoto é uma imagem que significa manifestação
de Deus e transformação, evoca a passagem de um mundo velho para um mundo novo.
O fim do mundo velho, marcado por injustiças, violência e hipocrisia, fora
decretado na morte de Jesus, como consequência da mentalidade vigente naquele
mundo. A ressurreição marca o início do novo mundo, o começo de uma nova ordem,
caracterizada pelo amor e seus derivados: paz, justiça, solidariedade, fraternidade,
tolerância… É o começo de uma nova história, de um mundo humanizado. Na nova história,
as mulheres tem vez e voz. Toda vez que a comunidade professa sua fé na ressurreição,
portanto, ela renova o compromisso de empenhar-se na construção desse mundo
novo.
A imagem do «anjo do
Senhor» confirma que se trata de uma intervenção direta de Deus. O evangelista
diz que o anjo «desceu do céu e, aproximando-se, retirou a pedra e sentou-se
nela». Nos outros evangelhos, quando as mulheres chegam ao sepulcro já
encontram a pedra removida (Mc 16,4; Lc 24,2; Jo 20,1). Indiretamente, Mateus
diz que as mulheres viram o anjo remover a pedra, apesar de também não
descrever Jesus ressuscitando. Mas a diferença é considerável em relação aos
demais. Após remover a pedra, o anjo se senta nela, uma imagem que significa o
triunfo da vida sobre a morte. A pedra era o sinal de separação entre a vida e
a morte. Essa separação é superada com a ressurreição de Jesus. Sentado na
pedra, o anjo decreta que a vida venceu e o mundo novo começou. E as mulheres
são as primeiras testemunhas dessa novidade. A descrição do aspecto do anjo
confirma sua origem divina: a aparência luminosa – como um relâmpago – e as
vestes brancas são imagem do mundo de Deus na linguagem bíblica, e são as
mesmas características com as quais Jesus se revelou no momento da
transfiguração (Mt 17,1-8; Mc 9,1-8; Lc 9,28-36). Aqui, funciona como uma confirmação
para as mulheres e os leitores de todos os tempos.
A presença dos
guardas também é outra exclusividade do Evangelho de Mateus. Como resultado de
mais um acordo entre Pilatos e as autoridades religiosas, eles foram designados
para vigiar o sepulcro, a fim de, posteriormente forjarem o boato do roubo do
corpo de Jesus pelos seus discípulos (Mt 27,62-66). Tudo isso como fruto da
ganância e do poder de quem não aceitava a mensagem libertadora de Jesus e quis
silenciá-lo, embora sem sucesso, ao longo de todo o seu ministério. Impactados
pelo medo da intervenção de Deus, os guardas ficaram como mortos (v. 4), por um
momento, mas logo em seguida aceitarão o suborno das autoridades para negar a
realidade da ressurreição e espalhar o boato do roupo do corpo de Jesus (Mt
28,11-15). A imagem dos guardas caídos como mortos contrasta com a do anjo
sentado na pedra em sinal de triunfo. O contraste entre essas duas imagens ressalta
a soberania de Deus e a vitória definitiva da vida. Com isso, evangelista
reforça ainda mais a força da intervenção de Deus na história e a credibilidade
do testemunho das mulheres, pois foram muitas as tentativas de desacreditar o
anúncio da ressurreição de Jesus pelos mesmos poderosos que o tinham matado. Ao
dizer que os guardas, enquanto representantes das forças de morte, «ficaram
como mortos», o evangelista ressalta, paradoxalmente, o triunfo da vida: o
projeto de morte foi derrotado, mesmo que insistam em negar a ressurreição,
mediante o suborno.
Enquanto mensageiro
de Deus, o anjo se dirige às mulheres, e começa encorajando-as, diante da
novidade de todos estes acontecimentos: «Não tenhais medo! Sei que procurais
Jesus, que foi crucificado» (v. 5). O convite ao encorajamento, mediante o
imperativo «não tenhais medo», é típico da comunicação de Deus com as
pessoas escolhidas para desempenharem uma missão especial na história da
salvação. Inclusive, nos relatos da anunciação do nascimento de Jesus, tanto a
José quanto a Maria, o anjo disse a mesma coisa (Mt 1,20; Lc 1,30). Isso indica
a importância do evento e da missão tratados aqui: a ressurreição de Jesus e a
mandato das mulheres como primeiras mensageiras e apóstolas da ressurreição. O
anjo sabia que as mulheres procuravam Jesus que foi crucificado. Ora, ninguém
pode esquecer que Jesus foi crucificado. No anúncio do Ressuscitado não se pode
omitir que ele foi crucificado. O Ressuscitado e o crucificado são a mesma
pessoa: Jesus de Nazaré, o Messias e Filho de Deus. Recordar essa continuidade
é essencial, pois representa a perenidade da sua mensagem libertadora e
atualidade do seu jeito de viver como único paradigma para a comunidade. Tudo o
que ele ensinou e viveu continua válido e sempre será. Inclusive, o
Ressuscitado carregará as marcas da cruz, porque elas são provas de um amor
infinito, mais do que lembranças de um acontecimento (Lc 24,39; Jo 20,27). A
cruz de Jesus é um atestado de amor, por isso, a comunidade não pode esquecer
que ele foi crucificado.
Finalmente, o anjo
faz o grande anúncio: «Ele não está aqui! Ressuscitou, como havia dito!
Vinde ver o lugar em que ele estava» (v. 6). Jesus ressuscitou! As mulheres
são as primeiras a ouvir esse anúncio e, por consequência, serão as primeiras
anunciadoras. A referência ao que ele «havia dito» é uma alusão aos três
anúncios da paixão, que visavam preparar os seus seguidores, homens e mulheres,
para a realidade da paixão e ressurreição (Mt 16,21; 17, 22; 20,17-19). O convite
para as mulheres olharem o lugar que em que ele estava é, mais do que uma prova
da ressurreição em si, uma demonstração do fracasso dos projetos de morte que os
poderosos investiram contra a ele. O complô medíocre entre o sinédrio e o poder
romano fracassaram. Jesus ressuscitou e, por isso, a vida venceu, o amou triunfou.
Diante disso, as mulheres recebem uma importante missão, confiada inicialmente
pelo anjo: «Ide depressa contar aos discípulos que ele ressuscitou dos
mortos, e que vai à vossa frente para a Galiléia. Lá o vereis. É o que tenho a
dizer-vos» (v. 7). Temos aqui um verdadeiro mandato apostólico, missionário.
As mulheres são as primeiras a receber a ordem “Ide anunciar”! E devem anunciar
com pressa, com agilidade, o que reforça ainda mais a importância deste
primeiro anúncio. Ora, ao fugir com medo, após a prisão de Jesus (Mt 26,56), os
discípulos se dispersaram, obviamente. O anúncio das mulheres, portanto, tem a
função também de reconstituir a comunidade que tinha ficado dispersa e fragmentada.
A comunidade vai se recompor a partir do anúncio das mulheres, e não será uma
tarefa fácil, pois o testemunho de mulheres não era válido nem aceito nas sociedades
patriarcais como Israel. Aceitar o testemunho das mulheres era uma atitude
subversiva, e mais subversivo ainda era delegá-las como testemunhas. Isso
mostra o quanto Jesus e seu Deus, que é Pai, são surpreendentes! Para anunciar
a mais bela das notícias ele escolhe as mensageiras menos credíveis, conforme a
mentalidade da época. É a subversão do Evangelho rompendo barreiras com todo o
vigor!
Mesmo sabendo que
corriam o risco de não ser acreditadas, «as mulheres partiram depressa do
sepulcro. Estavam com medo, mas correram com grande alegria, para dar a notícia
aos discípulos» (v. 8). A pressa, num caso como esse, é uma necessidade. Era
necessário o quanto antes encontrar os discípulos dispersos e transmitir essa
notícia maravilhosa. O medo, numa situação dessa, também é compreensível. Elas tiveram
medo, mas não ficaram paralisadas, e isso faz a diferença. Ainda mais porque
dosaram o medo com alegria. O anúncio cristão tem de ser alegre, mesmo que as
situações da vida provoquem medo, às vezes. Certamente, a missão destas mulheres
foi a mais difícil de toda a história do cristianismo. o fato de serem mulheres
já constituía a primeira dificuldade, depois por ser o primeiro anúncio da
ressurreição, um dos aspectos mais difíceis de aceitação na doutrina cristã, em
todos os tempos. Porém, a submissão das mulheres fazia parte do mundo velho,
que acabou com o terremoto na hora da morte de Jesus. No mundo novo, inaugurado
com a ressurreição, todos são iguais, não há espaço para discriminação ou
preconceito de nenhum tipo; quem não tinha voz passa a ter, e a designação das
mulheres como primeiras anunciadoras demonstra isso. Enquanto primeiras missionárias
de Jesus Cristo, elas são a prova mais concreta de que um mundo novo surgiu, ratificando
a mensagem do Evangelho, desde o início.
Enquanto iam com
pressa, seguindo à risca o mandato conferido pelo anjo, «de repente, Jesus
foi ao encontro delas, e disse: ‘Alegrai-vos!’. As mulheres aproximaram-se, e
prostraram-se diante de Jesus, abraçando seus pés» (v. 9). Aqui, novamente,
Mateus se sobressai em relação aos demais evangelhos, pois é no seu relato que
as mulheres fazem mais cedo a experiência do encontro com o Ressuscitado. E elas
reconhecem Jesus imediatamente. Os discípulos homens serão mais lentos também em
reconhecer e acreditar, quando Jesus se manifestar a eles, na Galileia (Mt
28,17). Essa manifestação tão cedo às mulheres indica que elas estavam no caminho
certo e que Jesus está sempre presente na vida e no caminho de quem segue a sua
mensagem. Funciona como uma espécie de confirmação. O evangelista diz que Jesus
«foi ao encontro delas». Perceber isso é importante, pois significa que
a iniciativa é dele; é ele quem deseja primeiro caminhar com conosco. Ele foi,
vai e vem sempre ao encontro da humanidade. As mulheres se aproximaram e se
prostraram, em adoração. A atitude delas aqui é a mesma dos magos, quando
encontraram Jesus recém-nascido e logo o reconheceram como o rei dos judeus (Mt
2,11). Ao se prostrarem em adoração (verbo grego: προσεκύνησαν – prossekunêssan), as mulheres mostram plena convicção na ressurreição de
Jesus e total adesão ao seu anúncio. Elas já tinham acreditado no anjo, pois
saíram com pressa conforme ele tinha ordenado; o reconhecerem Jesus
imediatamente, elas confirmam a veracidade do anúncio do anjo e renovam as
convicções da fé e do sentido da vida, tudo agora ressignificado pela
ressurreição. Certamente, após o encontro com o Ressuscitado elas ficaram ainda
mais entusiasmadas com tudo o que estava acontecendo e isso deve ter repercutido
na qualidade do anúncio.
As palavras de Jesus
às mulheres praticamente ratificam o que o anjo já tinha anunciado: «Então
Jesus disse a elas: ‘Não tenhais medo. Ide anunciar aos meus irmãos que se
dirijam para a Galileia. Lás eles me verão’» (v. 10). As primeiras palavras
de Jesus são também um convite à coragem. De fato, elas precisavam, pois sabiam
que encontrariam resistência no anúncio. Quem ainda não tinha aderido ao mundo
novo que estava surgindo, certamente, resistiria ao anúncio delas. Por isso,
Jesus as encoraja e repete o mandato: «Ide anunciar!». E os primeiros
destinatários do anúncio da ressurreição feito pelas mulheres são os discípulos
homens, a quem Jesus chama de irmãos, mostrando que não desiste do ser humano.
Isso também indica o seu projeto de fraternidade para a comunidade cristã. De fato,
a fraternidade é um projeto de vida que deve nortear o mundo novo inaugurado
pela ressurreição de Jesus. Confessar que ele ressuscitou e celebrar sua
ressurreição implica em compromisso e disposição de viver em fraternidade. Podemos
dizer, portanto, que a fraternidade está entre os primeiros frutos da
ressurreição, pois é condição para a participação no Reino de Deus, que
corresponde ao mundo novo inaugurado pela ressurreição. Jesus especifica às
mulheres a natureza do anúncio primordial aos discípulos: dirigir-se à Galileia,
para lá se encontrarem com ele. O retorno à Galileia significa o reencontro com
os fundamentos da vocação e da missão, sobretudo para os discípulos que se
dispersaram. Eles precisavam se reencontrar com Jesus e se reencantarem com o
seu Evangelho. Precisavam recomeçar, por isso, era necessário um encontro na Galileia,
onde tudo começou. A Galileia como lugar de encontro com o ressuscitado significa
também uma denúncia à Jerusalém, sede do poder e, por isso, lugar de morte, na
perspectiva de Mateus.
Que a Páscoa imprima
em nós o desejo de participar do mundo novo oferecido pela ressurreição de
Jesus e renove nosso compromisso de lutar pela edificação do seu Reino vivendo
a fraternidade, a justiça e o amor. No mundo novo, os últimos se tornam primeiros,
como se vê pelo protagonismo das mulheres no primeiro anúncio. A vida venceu. Que
possamos manifestar essa vitória vivendo à maneira de Jesus, o crucificado que
ressuscitou e, por isso, não está mais no sepulcro. Ele quer estar na vida de
cada pessoa, humanizando e libertando. Que nossas comunidades sejam pequenas Galileias,
para onde possamos retornar quantas vezes for necessário para nos reecontrarmos
com ele e recomeçarmos.
Pe. Francisco Cornélio
F. Rodrigues – Diocese de Mossoró-RN
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