A liturgia
deste décimo domingo do tempo comum prossegue com a leitura semi-contínua do
Evangelho de Marcos, retomada no domingo passado, após a longa interrupção de
mais de três meses, para a vivência de todo o ciclo pascal e as solenidades
sucessivas. O evangelho proposto para a liturgia de hoje é Mc 3,20-35. Trata-se
de um texto relativamente logo e bastante significativo para a compreensão de
todo o ministério e mistério da vida de Jesus, enquanto Messias e Filho de
Deus, enviado ao mundo para instaurar o Reino de Deus e combater as forças do
mal, mediante sua mensagem humanizadora e agir libertador. Com o trecho lido na
liturgia de hoje, o evangelista retrata mais um momento importante da missão de
Jesus na Galileia, com as tradicionais reações de adesão e oposição à sua
missão libertadora, mostrando que nenhum esquema religioso, social e cultural é
capaz de contê-lo ou controlá-lo. O fato de ser o primeiro episódio narrado por
Marcos após a constituição do grupo dos Doze (Mc 3,13-19) reforça ainda mais a
importância desse texto, como veremos na contextualização, a seguir.
O episódio
narrado faz parte ainda do início do ministério de Jesus na Galileia, embora
sua fama já tivesse bem espalhada. Na verdade, não há consenso entre os
estudiosos se o texto contém apenas um episódio ou mais de um. Após a última
controvérsia com os fariseus, quando curou um homem da mão seca, na sinagoga em
dia de sábado (Mc 3,1-6), a multidão que o acompanhava em busca de milagres e
prodígios, só crescia (Mc 3,7-12). Isso o levou a constituir o grupo dos Doze
(Mc 3,13-19), para que sua ação libertadora se expandisse cada vez mais (Mc
3,14-15). Inclusive, esse conjunto de acontecimentos aqui recordados é tudo o
que foi saltado pela liturgia, entre o nono e o décimo domingo. À medida em que
as multidões sedentas de dignidade, de justiça e de amor, cansadas de tanta
opressão, aumentavam ao redor de Jesus, também aumentava a oposição daqueles
que não aceitavam o seu comportamento fora dos padrões estabelecidos pela
sociedade e a religião. É isso que o Evangelho de hoje mostra: Jesus rodeado
por uma multidão na casa e, ao mesmo tempo, sendo contestado e mal compreendido
pelos familiares e pelas autoridades religiosas do seu tempo.
A constituição do grupo dos Doze
aconteceu na montanha (Mc 3,13), lugar especial para a oração e o encontro com
Deus, conforme a mentalidade judaica. Logo após esse acontecimento, diz o
evangelista que «Jesus voltou para casa com os seus discípulos. E de
novo se reuniu tanta gente que eles nem sequer podiam comer» (v. 20).
Como se vê, logo no primeiro versículo, o texto de hoje aparece muito rico de
significado. Da montanha, o lugar privilegiado da oração e contemplação, Jesus
passa direto para a casa, o lugar do encontro e do contato próximo com as
pessoas. A casa (em grego: οἶκος –
oikos) possui um valor muito significativo em toda a Bíblia e, mais ainda,
para o Evangelho de Marcos, pois representa a alternativa proposta por Jesus
para a realização do seu projeto em sua primeira dimensão espacial. Funciona
como oposição à sinagoga e a qualquer instituição religiosa ou política. A casa
é o espaço eclesial por excelência, pois é o lugar da fraternidade, da partilha
e da solidariedade. É na casa onde Jesus fala abertamente com seus discípulos e
vice-versa. Na casa, tudo é familiar, tudo é conhecido e de uso comum. A Igreja
primitiva adotou a casa como o lugar da liturgia, da catequese e do
encontro. Se é na casa onde acontece a vida, deve ser na casa o culto ao
Deus da vida; um culto não ritual, mas serviçal e fraterno, acima de
tudo.
Essa casa para
onde Jesus volta com seus discípulos, após a experiência na montanha, onde
tinha acabado de constituir o grupo dos doze (Mc 3,13-19), obviamente, não é a
casa de seus pais, em Nazaré, mas a casa adotada por ele em Cafarnaum.
Provavelmente, era a casa dos irmãos André e Simão Pedro (Mc 1,29; 2,1). Ele
tinha se estabelecido em Cafarnaum, apesar de manter seu grupo como um
movimento itinerante, pelas oportunidades que essa cidade oferecia para a
difusão da sua mensagem, principalmente pela localização às margens do lago da
Galileia. A multidão reunida ao seu redor demonstra a aceitação de sua proposta
pelas camadas mais populares da sociedade, sobretudo. Com tanta gente ao redor,
Jesus e seus discípulos «nem sequer podiam comer», porque
a prioridade era o serviço; com essa expressão o evangelista ressalta o
aparente sucesso e, ao mesmo tempo, a dimensão do serviço na vida da
comunidade. O discípulo deve pensar mais no outro do que em si próprio; nada de
egoísmo na comunidade de Jesus. Com esse dado, o evangelista quer mostrar que a
atenção primeira na comunidade deve ser dada às necessidades do próximo. Ora,
Jesus e os discípulos “nem sequer podiam comer” porque estavam dando atenção às
pessoas que lhes tinham procurado. E, certamente, as pessoas que o procuravam
eram necessitadas, os pobres, doentes e pecadores, com quem ele tanto se
identificava e, por isso, tinha feito opção clara por elas, desde os primeiros
momentos de seu ministério.
Como já
acenamos, a acolhida à mensagem de Jesus não era igual entre todos os grupos ou
classes sociais. Ao contrário da multidão que o buscava constantemente, havia
quem o contestasse e procurasse desqualificar a sua atuação libertadora, seja
por incompreensão ou mesmo por maldade e medo de perder privilégios. Entres os
que não o compreendiam, estavam os seus familiares. Talvez a incompreensão dos
seus familiares fosse causada mais pelo que ouviam a seu respeito, uma vez que
eles já não moravam mais juntos. Diante disso, o evangelista afirma que, «Quando
souberam disso, os parentes de Jesus saíram para agarrá-lo, porque diziam que
estava fora de si» (v. 21). Ora, Jesus já tinha deixado a família em
Nazaré há algum tempo, e adotado a cidade de Cafarnaum como ponto de apoio para
seu ministério itinerante. Porém, como sua fama se espalhava com facilidade,
também chegaram notícias suas em Nazaré e, por sinal, não muito boas.
Provavelmente, envergonhados pelo seu comportamento subversivo e fora dos
padrões, seus familiares chegaram à conclusão de que ele só podia estar “fora
de si”. Na verdade, a expressão mais adequada, conforme a língua original do
texto é “tinha enlouquecido” (em grego ἐξέστη –
exéste), expressão empregada para dizer que alguém tinha perdido o uso da razão
e, por isso, deveria ser retirado do convívio social.
A maneira como
Jesus se relacionava com todos, sobretudo o amor e a acolhida para com as
pessoas desprezadas da sociedade, dava a impressão de que ele, realmente,
estava louco, para quem estava apegado à mentalidade conservadora da época,
imposta pela sociedade e a religião. Na verdade, louco e subversivo, era isso
que Jesus parecia, conforme os padrões de comportamento da época. Diante disso,
seus familiares tomaram a decisão de procurá-lo para prendê-lo, levá-lo para
casa e, assim, evitar que ele continuasse a envergonhar o nome da família com
um comportamento fora dos padrões estabelecidos. O verbo que o texto litúrgico
traduz por agarrar significa mais precisamente “prender à força” ou
“capturar” (em grego: κρατέω – kratêo), de acordo com a língua original do texto. Jesus estava se comportando tão
fora do normal, que seus familiares saíram de Nazaré para Cafarnaum dispostos a
levá-lo à força. De fato, a proximidade de Jesus com a escória da sociedade –
prostitutas, enfermos, pecadores, etc – rendia-lhe o rótulo de louco, e isso
causava vergonha nos seus familiares, incluindo a mãe. Alem de juntar-se com as
pessoas mais sem reputação da época, ele ainda enfrentava publicamente as
autoridades, tanto no campo religioso quanto político. Por isso, a
incompreensão dos seus familiares eram motivadas também por um certo cuidado
com sua própria integridade física, pois ele corria perigos constantemente,
alem da vergonha que lhes causava.
Com rapidez, a
fama de Jesus chegou também em Jerusalém, centro do poder religioso e político,
onde estavam as autoridades constituídas para manter a ordem e o controle
social e ideológico. Se na pequena Nazaré Jesus era considerado louco, na
capital era visto como “endemoniado”, provocando a ida de uma comitiva oficial
para Cafarnaum, a fim de tentar impedir que ele continuasse o seu ministério.
Assim atesta o evangelista: «Os mestres da Lei, que tinham vindo de
Jerusalém, diziam que ele estava possuído por Beelzebu, e que pelo príncipe dos
demônios ele expulsava os demônios» (v. 22). Os mestres da Lei ou
escribas constituíam a elite intelectual da época; eram refinados teólogos,
intérpretes oficiais da Lei e de toda a Escritura. Para a religião oficial da
época, eram eles quem decidiam se uma doutrina era válida ou não, ou seja, se
vinha de Deus ou de satanás. E a acusação que fazem a Jesus é bastante grave,
considerando o teor e o contexto. Enquanto Jesus anuncia a chegada do Reino de
Deus, compreendido como um projeto de sociedade marcado pela igualdade, justiça
e amor, seus adversários tentam desqualificá-lo, acusando-o de agir em nome do
demônio. Beelzebu, cujo nome significa “senhor das moscas” ou “senhor do
esterco”, era uma divindade filisteia, considerada a portadora de doenças em
Israel. Era a expressão máxima do mal para os judeus mais devotos. Associar
Jesus a essa entidade era desqualificar sua atividade ao extremo.
Além de
perversa e hipócrita, a acusação dos mestres da Lei era também contraditória,
por isso foram desmascarados instantaneamente, como diz o texto: «Então
Jesus os chamou e falou-lhes em parábolas: “Como é que Satanás pode expulsar
Satanás?”» (v. 23). Ora, se toda a atividade de Jesus, desde o início
do seu ministério, consistia no anúncio do Reino de Deus e, consequentemente,
na eliminação do mal, a acusação dos mestres da Lei não tinha o mínimo
fundamento. “Satanás” é a expressão do antagonista de Deus, conforme a
mentalidade bíblica e, por isso, era o opositor de Jesus, aquele que precisava
ser derrotado. Logo, se Jesus, com seu agir libertador e humanizante estava
tirando as pessoas do domínio de satanás, não poderia ser seu aliado. Para deixar
ainda mais claro o quanto os mestres da Lei estavam mal-intencionados, Jesus
aprofunda a contradição deles com duas mini parábolas: tanto um reino quanto
uma casa não podem sobreviver com divisões internas; as divisões são sempre
causas de ruína e destruição (v. 24-27). A argumentação de Jesus é lógica e
sensata. Com isso, ele afirma de maneira incontestável que sua missão é
combater o mal, como já tinha demonstrado nas ações ou milagres até então
realizados, incluindo o perdão dos pecados. Portanto, não tinha fundamento a
afirmação dos mestres da Lei. Jesus combate Satanás e todo o mal presente no
mundo, não com rituais e fórmulas doutrinárias, como os mestres da Lei e
sacerdotes da época, mas fazendo o bem: curando, amando e perdoando, enfim, com
seu agir humanizante.
Jesus encerra
a discussão com os mestres da Lei, com uma declaração solene bastante
impactante: «Em verdade vos digo: tudo será perdoado aos homens, tanto
os pecados, como qualquer blasfêmia que tiverem dito. Mas quem blasfemar contra
o Espírito Santo, nunca será perdoado, mas culpado de um pecado eterno» (v.
28-29). A introdução solene “em verdade vos digo” (em grego: Ἀμὴν λέγω ὑμῖν – Amén
lêgo hymin) significa que aquilo que está para ser anunciado é de fundamental
importância para o auditório, como é o que ele declara aqui: o pecado contra o
Espírito Santo é imperdoável. Mas, qual é mesmo o pecado contra o Espírito
Santo? Ora, é exatamente aquilo que os mestres da lei estavam fazendo: de
maneira lúcida e voluntária, eles negavam a ação de Deus e do seu Espírito em
Jesus. É inadmissível que não se reconheça que tudo o que Jesus fazia e faz é
trazer Deus para a vida das pessoas, tornando-o acessível e presente. Na
verdade, era essa acessibilidade a Deus, livre e gratuita, oferecida por Jesus,
o que irritava os mestres da Lei e as demais autoridades religiosas do seu
tempo, pois isso significava para elas perda de poder e privilégios.
Conhecendo o
Deus amoroso revelado por Jesus, as pessoas deixavam de aceitar e de
submeter-se ao Deus juiz, vingativo e mercantilista do templo. A pregação de
Jesus era uma ameaça à sobrevivência daquela religião e de qualquer instituição
que negasse a liberdade das pessoas, incluindo a própria família. Por isso, as
autoridades faziam de tudo para impedir Jesus de continuar o seu ministério. E
para Jesus, a tentativa de bloquear a ação de Deus na história, revelada por
ele com sua mensagem e práxis, é a verdadeira blasfêmia, é o grande pecado. O
pecado contra o Espírito Santo é, portanto, a pretensão de todo sistema
religioso de determinar ou negar o agir de Deus na história. O que as
lideranças religiosas da época, representadas no texto pelos mestres da Lei,
consideravam blasfêmia de Jesus era a sua maneira de curar, amar, perdoar e
acolher as pessoas marginalizadas. Ora, a acolhida de Jesus a essas pessoas
desmentia o que era ensinado pela religião, por isso, ele era detestado pelos
mestres da Lei, sacerdotes e fariseus. A religião dizia que as pessoas sofriam
por vontade de Deus ou porque estavam pagando pelos pecados delas ou dos
antepassados; ensinava que o mundo injusto e desigual era querido por Deus.
Jesus desmente tudo isso. Os mestres da Lei, com todo o conhecimento que tinham
da Escritura, tinham meios suficientes para não cultivar uma mentalidade tão
hipócrita e maléfica para a vida das pessoas. Por isso, o pecado deles era
imperdoável, pois estavam negando a ação do Espírito Santo no agir libertador e
humanizador de Jesus.
A sequência do
texto dá a impressão de que Jesus ainda estava em discussão com os mestres da
Lei quando chegam seus familiares. Com isso, o evangelista enfatiza o quanto
ele era perseguido. Ainda estava tentando desmascarar a comitiva de Jerusalém
e, ao mesmo tempo, tem de se justificar perante seus familiares de Nazaré. Eis
o que diz o evangelista: «Nisto chegaram sua mãe e seus irmãos. Eles
ficaram do lado de fora e mandaram chamá-lo. Havia uma multidão sentada ao
redor dele. Então lhe disseram: “Tua mãe e teus irmãos estão lá fora à tua
procura”» (vv. 31-32). Ora, Jesus estava na casa e circundado por uma
multidão que, certamente, o escutava atentamente. De propósito, o evangelista
enfatiza duas posturas opostas diante dele: ficar do lado de fora e apenas
ouvir o que se diz a seu respeito, ou entrar na casa e sentar-se ao seu redor,
experimentando pessoalmente o amor e a plenitude de vida que ele transmite por
meio de palavras de gestos de libertação. Quem fica do lado de fora, sabe pouco
sobre ele; e o pouco que sabe, o sabe superficialmente e distorcido. Quem senta
ao seu redor, pelo contrário, não apenas o escuta, mas olha nos seus olhos,
sente a sua presença, como deve ser a postura da comunidade dos seus discípulos
e discípulas. À medida em que ficam do lado de fora, seus
familiares de sangue não estão sendo sua família, não tem sequer coragem de
dirigir-se diretamente a ele, mandam apenas um recado. Esse é o retrato da
relação superficial.
É claro que o
evangelista não pretende mostrar nem criar oposição ou rivalidade entre os
familiares de Jesus e a comunidade dos discípulos; ele quer apenas ajudar a sua
comunidade a compreender que, aceitar a proposta de vida de Jesus implica
assumir uma maneira diferente de viver, com novos critérios de pertença e
relação. É isso o que fica claro com a pergunta e a sequência da declaração de
Jesus: «“Quem é minha mãe, e quem são meus irmãos?”. E olhando para os
que estavam sentados ao seu redor, disse: “Aqui estão minha mãe e meus irmãos.
Quem faz a vontade de Deus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe”» (v.
33-35). A pergunta como introdução a um ensinamento constituía um importante
recurso retórico, tanto para a pedagogia judaica quanto para a grega. Tem a
função de chamar a atenção dos ouvintes, gerando curiosidade e, assim, prender
a atenção. A sequência do ensinamento é muito importante. Com ela, ao invés de
menosprezar os seus familiares de sangue, Jesus está dando a oportunidade de
também eles entrarem na dinâmica do Reino de Deus e, ao mesmo tempo, mostrando
que qualquer pessoa, independentemente da origem, pode fazer parte da sua
família. É muito provável que essa afirmação seja uma advertência do
evangelista à comunidade pós-pascal de Jerusalém, dirigida por Tiago, parente
muito próximo de Jesus. Conforme dados de Atos dos Apóstolos e da Carta aos
Gálatas, esse personagem pretendia monopolizar as decisões da comunidade. A
reivindicação do parentesco com Jesus poderia favorecer a imposição de ideias e
costumes sobre a comunidade.
Independentemente
do provável pano de fundo histórico, o importante é que a afirmação atribuída a
Jesus propõe uma ressignificação de conceitos e de valores. Ora, juntando o que
ele diz sobre a família ao desmascaramento do poder religioso, no embate anterior
com os mestres da Lei, ele desestabiliza as principais instituições da
sociedade israelita: a família e a religião. É claro que Jesus não faz oposição
à família em si, até porque o seu projeto de sociedade baseia-se na
fraternidade, na irmandade, o que pressupõe o cultivo de relações familiares. A
própria casa, como instância espacial primeira da comunidade, evoca a
necessidade de relações familiares. O que ele propõe são novos critérios de
pertença. A vivência do amor fraterno não pode ser limitada à consanguinidade,
e o que importa na sua comunidade é a vivência do amor fraterno e materno; por
isso, Jesus não cita a figura do pai no modelo de família que deve ser a
comunidade cristã. Ora, na sociedade patriarcal o pai é sinônimo de
concentração de poder e domínio absoluto; tudo na família depende das suas
decisões. Por isso, o pai não figura no modelo de família que Jesus propõe
enquanto comunidade. É claro que tem espaço para os pais de família na
comunidade de Jesus, mas não com as funções que a sociedade patriarcal lhes
atribuía. O que não tem espaço na comunidade é a concentração de poderes
absolutos por uma única pessoa, como o pai na família patriarcal. Irmãos e
irmãs significam a disposição de viver intensamente a fraternidade, mãe
significa a capacidade de amar e gerar Cristo para o outro.
Todo mundo que
vive o amor fraterno e, com o jeito de viver, gera Cristo para o próximo, esse
é irmão, irmã e mãe de Jesus. É isso o que ele ensina com a conclusão do
evangelho de hoje, e é essa a missão de todo cristã e cristã. Para isso, é
necessário sentar-se ao seu redor e ouvi-lo. A adesão ao Reino exige uma
conversão completa, ou seja, mudança de mentalidade, inclusive na concepção de
família. O seguimento a Jesus não comporta meios termos. Seu projeto de vida
exige tomada de decisão. As notícias a seu respeito se espalhavam de Jerusalém
a Nazaré, o que gerava muitas incompreensões. Diante de isso, era e continua
sendo indispensável “entrar na casa” e sentar-se ao seu redor para escutá-lo;
sem essa experiência, qualquer juízo sobre a sua pessoa será distorcido ou
parcial. E o que ele realmente quer é que a humanidade inteira se torne sua
família.
Pe. Francisco Cornelio F. Rodrigues – Diocese de Mossoró-RN
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