quinta-feira, fevereiro 18, 2010

CF: LUZES PARA UMA QUARESMA VIVA E CONCRETA


A Campanha da Fraternidade è sem sombra de duvidas um dos grandes patrimônios da Igreja no Brasil. Criada em Natal-RN, em pouco tempo foi adotada pela CNBB e promovida em nível nacional. Cresceu e tornou-se um dos grandes referenciais proféticos do catolicismo em nosso pais. É uma oportunidade para direcionar o sentimento quaresmal para um aspecto concreto da nossa vida através dos temas propostos a cada ano. Para ilustrar, recordemos alguns dos temas já tratados ao longo dos anos: juventude, família, segurança publica, defesa da vida, encarcerados, educação, política, causa indígena, Amazônia, trabalho, idosos, menor abandonado, comunicação, e neste ano a economia, de modo mais preciso “ECONOMIA E VIDA”.
Independente do tema, a CF é uma oportunidade para os cristãos do Brasil viverem melhor a quaresma, propondo uma meta clara e objetiva para o processo de conversão.
Parece que muitas vezes o convite à conversão feito de modo genérico torna-se vago, repetitivo e sem objetividade. Daí a grande importância da CF para o Brasil: conciliar o convite à conversão com uma proposta concreta de vida, fazer com que a conversão seja uma tomada de posição por parte do cristão acerca de um projeto de vida, levantar o olhar cristão para uma questão existencial, ou seja, assumir atitudes diante de questões que precisam ser denunciadas e corrigidas, sobretudo por quem pensa seguir o projeto de Jesus Cristo. E, o lema deste ano é muito claro: “Vocês não podem servir a Deus e ao dinheiro” (Mt 6, 24). É um apelo evangélico, é mais uma das tantas afirmações categóricas do Mestre dos mestres, Jesus Cristo, que veio para que todos tenham vida e a tenham em abundancia. E podemos dizer que uma das preocupações da CF é sempre denunciar tudo o que é contrario à vida em abundancia. Logo, é muito atual e pertinente o tema deste ano, pois o modo atual de gerir as relações econômicas são por demais perversos e agressivos à dignidade humana. A economia tem sido motivo de divisões de pessoa contra pessoa, nação contra nação, tem feito com que o ser humano olhe para seu semelhante como um concorrente, um inimigo, uma ameaça ao seu próprio sucesso. Sendo causa de divisões, a economia torna-se também causa de tantas desigualdades entre as pessoas.
Essa dinâmica da concorrência fere brutalmente o principio da fraternidade, e sem fraternidade não tem paz, não tem Reino de Deus, não tem justiça. Portanto, a economia não é assunto apenas para as bolsas de valores, para as entidades comerciais ou industriais, mas é tema de importância para as famílias, para as comunidades que se reúnem para partilhar o Evangelho e o Pão da vida. Como cristãos devemos confrontar as relações com o Evangelho, somente assim o mesmo será vida para nós.
Que as reflexões feitas principalmente nas famílias, berço da fraternidade, apuntem novos caminhos para o modo de conceber a economia e ajude-nos a descobrir qual o verdadeiro Senhor a quem devemos servir.


Francisco C. Freire Rodrigues

Um comentário:

  1. Salve Cornélio. Entrei nessa também da comunicação. Temos de espalhar o amor ao Romano Pontífice e a Igreja de Deus! Visite meu Blog!

    Abraços!

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