A. Felizes os Educadores
que tomam
consciência do conflito social em que estão metidos
e nele tomam
partido pelo projeto social dos empobrecidos
porque assim
contribuirão para a transformação da sociedade.
B. Infelizes os Educadores
que imaginam que
a ação educativa é politicamente neutra
porque acabam
transformando a educação num instrumento de ocultação
das contradições
da realidade social
e de reprodução
da ideologia e das relações sociais vigentes.
A. Felizes os Educadores
que sabem
articular o saber chamado científico com o saber popular
porque ajudarão
as classes populares a afirmar sua identidade cultural.
B. Infelizes os Educadores
que transmitem
mecanicamente um saber elitista
porque
contribuem para reforçar a marginalização
e a dominação
cultural do povo.
A. Felizes os Educadores
que aprendem a
dialogar com os educandos
porque resgatam
a comunicação pedagógica criadora no processo educativo.
B. Infelizes os Educadores
que impedem os
educandos de dizerem sua palavra,
porque estão
reproduzindo a educação do colonizador.
A. Felizes os Educadores
que se tornam
competentes em suas "disciplinas"
ensinando a
"desopacizar" ideologicamente seus conteúdos
porque ajudarão
os educandos a se apropriarem do saber
como ferramenta
de luta na defesa e afirmação de sua dignidade.
B. Infelizes os Educadores
que não se
esforçam para ser criticamente competentes
porque enfraquecerão
mais ainda o poder cultural das classes oprimidas
reforçando o
autoritarismo cultural das classes dominantes.
A. Felizes os Educadores
que procuram se
organizar para conquistar
melhores
salários e melhores condições de ensino
porque estão
ajudando a conquistar a educação a que o povo tem direito.
B. Infelizes os Educadores
que atuam
isoladamente, buscando apenas seus próprios interesses
porque deixarão
de contribuir para a conquista de uma escola digna.
A. Felizes os Educadores
que iluminam sua
prática com o sonho de um futuro novo
em que as
pessoas aprendam, através de novas relações sociais,
as lições da
justiça e da solidariedade.
B. Infelizes os Educadores
que não sonham
porque não terão
a coragem de se comprometer na luta criadora
de uma nova
sociedade a partir de sua prática educativa.
A.
Felizes os Educadores
que aprendem a
fazer da ação de cada dia
a semente da
nova sociedade.
B.
Infelizes os Educadores
que pensam que
as coisas novas só aparecerão no futuro
porque não
perceberão, nem farão perceber
que o
"novo" já está no meio de nós,
brotando de
nossas práticas transformadoras,
solidárias com
as lutas dos espoliados da terra.
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